Drogas

Seu filho usa drogas?

Os indícios de que uma pessoa está usando drogas dependem das suas características e da substância que está utilizando. Entre os sinais observados que podem indicar o consumo de drogas, estão as mudanças de comportamento: tornar-se mais desligado, depressivo, indiferente ou desmotivado, ou, ao contrário, mais eufórico, “elétrico” ou com muita energia, assim como atitudes dissimuladas, resistência à convivência e ao diálogo ou respostas evasivas quando abordado, podem ser sintomas de que alguma substância está interferindo no dia a dia da pessoa.

Ficar muito tempo fora de casa, não apresentar os novos amigos ou gastar muito mais dinheiro do que o comum, sem revelar exatamente em quê, pode também significar uma mudança relacionada com o consumo de drogas. Do ponto de vista físico: pupilas dilatadas ou muito contraídas, voz pastosa, olhos avermelhados, aceleração dos batimentos cardíacos, coordenação motora alterada, boca seca, aumento ou diminuição do apetite, inquietação, relaxamento ou alteração no sono podem ser consequências do uso de alguma droga.

Um outro possível indício de consumo de drogas  é o cheiro. A maconha deixa resíduos de odor nas mãos, no suor e, eventualmente, no ambiente. O cheiro característico do cigarro impregna-se nas roupas, nos cabelos, no hálito, nas mãos e também no ar e nos objetos do local onde foi consumido. A cocaína não tem nem deixa cheiro, mas seu uso pode ser detectado pelas marcas de agulha ou pelos objetos utilizados para cheirá-la ou injetá-la, como espelhinhos, giletes, canudos ou seringas.

O álcool deixa um cheiro característico na boca e os sintomas do seu consumo são de fácil percepção, especialmente a falta de coordenação motora e a fala arrastada. Alucinações, fala sem nexo, crises de pânico, perda de sentidos ou desmaios podem, em alguns casos, ser sintomas mais severos do consumo de alguma substância e merecem especial atenção. É importante assinalar que o fato da pessoa apresentar um ou mais destes sintomas não significa necessariamente que está consumindo alguma droga. Mudanças de comportamento ou alterações físicas, principalmente nos adolescentes, podem ter as mais diferentes causas. Uma observação atenta e uma conversa franca e sem enfrentamento podem ser um bom início não apenas para identificar um usuário de qualquer substância como também para auxiliá-lo a rever e abandonar os comportamentos que porventura prejudiquem sua saúde.

E se confirmado o uso de drogas, não entre em desespero. Procure um profissional na área médica, de preferência um psiquiatra que trabalhe com a dependência química para que, o quanto antes, seu filho possa se libertar deste caminho que é, muitas vezes, sem volta.

Não se esqueça que Jesus é amor, e nada melhor do que o amor de Cristo para ajudar o seu filho(a) a largar o caminho dos vícios. Depois da ajuda médica e espiritual, seu filho(a) reencontrará o caminho da vida e sua família se reerguerá para honra e glória de Nosso Senhor Jesus Cristo.

O álcool

Inicialmente as bebidas tinham um teor alcoólico relativamente baixo, já que era produzido através da fermentação, como a cerveja e o vinho. Hoje, a realidade é outra.

O álcool é considerado uma droga psicotrópica, pois atua no sistema nervoso central, provocando mudança no comportamento de quem o consome, além de viciar. É uma das poucas drogas psicotrópicas com consumo liberado a até incentivado pela sociedade.

Nos primeiros momentos após a ingestão de álcool, podem aparecer os efeitos estimulantes como euforia, desinibição e loquacidade. Com o passar do tempo, a pessoa começa a relaxar, podendo chegar até ao coma, dependendo da quantidade ingerida e da tolerância de cada pessoa.

Alguns sintomas físicos causados pelo álcool são gastrite, vômitos fáceis, hemorragia gástrica ou intestinal, hepatite alcoólica, fígado gorduroso, icterícia (cor amarelada da pele), gazes, azia, diarréia, cirrose hepática, fibrose, laringe, bronquite, efisema pulmonar, dispnéia (falta de ar), etc.

O álcool é também é uma droga psicoativa, pois é depressor do sistema nervoso central, desinibidor e euforizante. Causa, além disso, alterações no humor, perturbações no sono e até alucinações ou delírios.

A síndrome de abstinência é outro fator decorrente do consumo dessa droga, uma vez que ocorre com a parada da ingestão de álcool e a diminuição da sua concentração no sangue. Os sintomas mais comuns são tremor, náuseas, sudorese, sensibilidade ao som, tinidos no ouvido, coceiras, cãibras musculares, alterações de humor, perturbações no sono, alucinações.

O cigarro

O cigarro propriamente dito começou a ser consumido por volta de 1840, mas seu consumo aumentou somente após a Primeira Guerra Mundial. Com as técnicas avançadas de publicidade e marketing no século XX, o tabaco tornou-se popular em todo mundo. A partir da década de 60, surgiram os primeiros estudos relacionando o cigarro às doenças. Existem, hoje, trabalhos comprovando os malefícios do cigarro, tanto para os tabagistas, quanto para os não fumantes que ficam expostos a fumaça. A nicotina (presente no cigarro) pode provocar dependência psicológica e física. Ela age no cérebro um minuto após a primeira “tragada”. Em pequenas quantidades, pode ser estimulante; mas, em doses maiores, costuma provocar depressão. Como a nicotina é tóxica, é comum que se passe mal nas primeiras “tragadas”. Porém, como ela logo cria tolerância, isso diminui ou desaparece, chegando a seguir a dependência. A nicotina vicia mais rapidamente que o álcool e pode viciar ainda mais rápido que a heroína.

Alguns sintomas físicos ocasionados  pelo tabaco são ação irritante sobre as vias respiratórias, desencadeando uma maior produção de muco e dificuldade na sua eliminação, bronquites crônicas, enfisema pulmonar, baixa resistência a atividades físicas, (risco de) câncer pulmonar, arteriosclerose, etc.

A síndrome de abstinência, também decorrente desse consumo, ocorre quando o indivíduo para de fumar. Aparece  um conjunto de sintomas, como agitação, sudorese (suar muito), irritabilidade, tontura, insônia e dor de cabeça, nervosismo, inquietação, ansiedade, fadiga, mudança do ritmo cardíaco, depressão, entre outros. Tais sintomas chegam a demorar semanas para cessar. Existem pessoas que param de fumar aos poucos, acostumando-se devagar, com a ideiade não fumar mais, adquirindo assim novos hábitos, mais saudáveis, modificando outros, menos saudáveis. Outros cortam o cigarro de uma hora para outra e suportam todas as consequências dessa decisão.rentes. Porém, a maioria dos fumantes já tentou parar e não conseguiu, por não resistir a ficar sem o cigarro ou por falta de uma motivação realmente forte.

A cocaína

A cocaína é uma substância natural, extraída das folhas de uma planta que é encontrada exclusivamente na América do Sul: a Erythroxylon coca. conhecida como “coca”.  A cocaína pode chegar até o consumidor sob a forma de um sal, o cloridrato de cocaína, o “pó”, “farinha”, “neve” ou “branquinha” que é solúvel em água e, portanto, serve para ser aspirado (“cafungado”) ou dissolvido em água para uso endovenoso (“pelos canos”).

O consumo de cocaína contrai os vasos sanguíneos inibindo hemorragias, além de funcionar como anestésico local, sendo este um dos seus usos na medicina. Pode causar, no entanto,  reação alérgica fatal e produz uma forte dependência psicológica, já que o efeito é rápido e o usuário utilizará seguidamente para fugir da depressão que se segue após o seu efeito.

Alguns sintomas físicos oriundos do uso da cocaína são o aumento da pupila (afetando a visão que fica prejudicada, pois acaba ficando muito sensível a luz), dor no peito, contrações musculares, convulsões, coma, elevação da pressão arterial, perda de peso, problemas respiratórios, problemas na pele, risco de atrofia cerebral, perda da potência sexual, etc.

Além desses sintomas, a cocaína pode provocar efeitos psicológicos, como alucinações, delírios, sensação de excitação física e mental, tendência ao movimento e a hiperatividade. Surgem manias de grandezas, ostentação e grande sensação de uma falsa segurança e bom humor. O usuário acaba tendo uma necessidade de falar mesmo que não tenha nada a dizer e sem escutar o seu interlocutor. Tem muita dificuldade para dormir devido ao estado de excitação em que acaba se encontrando. Tendência à prepotência, a violência e ao exagero. Em alguns casos, percebe-se estados de grande medo, perseguição e paranoia. Quando a cocaína é também misturada com o álcool, intensificam-se os efeitos eufóricos no organismo do usuário e aumenta-se a possibilidade de morte súbita.

O comportamento de um usuário de cocaína é violento, com atitudes bizarras devido ao aparecimento de paranoias.

Quando deixa de usar cocaína, a pessoa passa por três fases. A primeira, de 1 a 3 dias,ocorrendo depressão, ansiedade, falta de prazer, irritabilidade e fissura. A segunda, de 1 a 10 semanas, com os mesmos sintomas da primeira fase, mas o desejo aumenta e vem o risco de recaída. A terceira, com a diminuição de fissura, mas a depressão persiste.

O crack

O crack é uma mistura de cloridrato de cocaína (cocaína em pó), bicarbonato de sódio ou amônia e água destilada, resultando em pequeninos grãos, fumados em cachimbos. É mais barato que a cocaína, mas  seu efeito dura pouco e acaba sendo usado em quantidades maiores, o que torna seu uso muito mais perigoso e letal. O crack acaba sendo um estimulante seis vezes mais potente que a cocaína, provocando dependência física e levando à morte, por sua ação fulminante sobre o sistema nervoso central e cardíaco. É uma das drogas com mais altos poderes viciantes: a pessoa só de experimentar pode se tornar um viciado.  Encontrado sob a forma de uma base, essa droga é fumada em “cachimbos”, visto que  é pouco solúvel em água, mas que evapora quando aquecida. Por apresentar um aspecto de “pedra”, o crack não pode ser transformado num pó fino; não pode ser aspirado (como é o caso da cocaína);e, por não ser solúvel em água, também não é injetável.

O crack leva 15 segundos para chegar ao cérebro e já começa a produzir seus efeitos: forte aceleração dos batimentos cardíacos, aumento da pressão arterial, dilatação das pupilas, suor intenso, tremor muscular e excitação acentuada, sensações de aparente bem estar, aumento da capacidade física e mental, indiferença a dor e ao cansaço. Seu uso leva à compulsão, pois, depois de 15 minutos, o organismo tem a demanda fisiológica de uma nova pedra.

Como o crack é obtido através da cocaína, apresenta também os mesmos sintomas físicos causados pela “coca”. Ainda assim, é importante lembrar que ele pode provocar lesões cerebrais irreversíveis devido à sua concentração no sistema nervoso central.

Os efeitos psicológicos resultantes do uso do crack são dependência psicológica (provocando sofrimento ao indivíduo que quer deixar de usá-lo),  alucinações auditivas, visuais e táteis, delírios (tanto de grandeza como de perseguição, podendo gerar a formação de uma psicose cocaínica), falta de apetite, de sono e de interesse sexual.

Um craqueiro, também chamado de “crackudo”, apresenta comportamentos bizarros, desconfianças infundadas (muitas vezes seguidas de violência doméstica, principalmente ao se sentir perseguido; e, então, contra-ataca em função de um perigo imaginário), delírios estruturados, forte dependência física e mental (acua a família para obter dinheiro e chega a atitudes extremas para consegui-lo), ameaças de morte aos  familiares,  emagrecimento radical, entre outros fatores.

Os sintomas da síndrome de abstinência não demoram a chegar. Em 15 minutos,  surge nova necessidade de inalar a fumaça de outra pedra – caso contrário, chegarão inevitavelmente o desgaste físico, a prostração e a depressão profunda. Quando deixa de usar cocaína, crack ou outro derivado, a pessoa passa por três fases. A primeira, de 1 a 3 dias, ocorrendo depressão, ansiedade, falta de prazer, irritabilidade e fissura. A segunda, 1 a 10 semanas, com os mesmos sintomas da primeira, mas o desejo aumenta e vem o risco de recaída. A terceira, com a diminuição de fissura, mas a depressão persiste.

O ecstasy

O ecstasy é  uma droga estimulante do sistema nervoso central com um componente alucinógeno. Consumida oralmente, chega à circulação sanguínea em 20 a 60 minutos através do aparelho digestivo e se espalha por todo o corpo. Como estimula o sistema nervoso central, faz com que a pessoa fique ligada por mais tempo que o normal, executando atividades e descartando o descanso. O cansaço aparece depois que o efeito da droga acaba. Quando o usuário for usar a droga novamente, a energia vem em menor intensidade e a pessoa vai aumentando a dose, entrando num círculo vicioso:  sem perceber,  a pessoa já virou dependente.

O ecstasy surgiu em Londres em 1914, em uma pesquisa com antidepressivos de efeito rápido. No início, era usado no tratamento do mal de Parkinson, como antidepressivo e para cura de outras doenças. Há cerca de 15 anos, começou a surgir em festas “clubbers” e “raves” da Europa e dos Estados Unidos.

Chegou ao Brasil por volta dos anos 90 e teve seu primeiro laboratório no centro de São Paulo. Hoje é consumido, em geral, por jovens de classe média e é vendido, na maioria das vezes, dentro das próprias festas.

Considerado ilegal, como qualquer outra droga pelo Ministério da Saúde, o ecstasy é usado para obter euforia, mais energia, bem estar, aumento da sensibilidade corporal e aumento do desejo sexual.

Por outro lado, seu uso ocasiona sintomas físicos,  como aumento da pressão arterial, aceleração dos batimentos cardíacos, diminuição do apetite, pupilas dilatadas, boca seca,  hipersensibilidade do tato, aceleração do  metabolismo (por isso, a temperatura do corpo aumenta, podendo chegar até os 40 graus, fazendo com que os consumidores bebam muita água.), fotofobia (fato que explica a utilização de óculos escuros por muitos usuários), etc.

É de fundamental importância frisar que o  excessivo aumento da temperatura do corpo pode provocar a desidratação, levando o indivíduo a convulsões e à morte.

Como efeitos psicológicos causados, essa droga pode causar euforia, desinibição, ansiedade e intensa sensação de sociabilidade e poder físico e emocional, falsa elevação da autoestima e aumento do desejo sexual. Há, contudo, casos em que os efeitos são o contrário: a pessoa tem sensações desagradáveis de paranoia e pânico, agressividade, ansiedade, insônia, perda da memória, além de profunda depressão.

No caso do ecstasy, não foram registrados casos de síndrome de abstinência. Mas existem poucos estudos sobre o assunto e há desinformação entre os profissionais de saúde. O que se sabe é que, passado o efeito, o perigo ainda continua e os danos causados ao cérebro permanecem por 9 meses após a abstinência.

Os esteroides (anabolizantes)

Os esteroides anabolizantes são uma versão sintética do hormônio masculino chamado de testosterona.  Muito utilizados por atletas, os esteróides são conhecidos desde 1935. A sua aplicação no esporte teria começado em 1954, com os atletas russos. Seu uso foi vedado pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) em 1976, sendo usado com mais frequência pelos leigos.

 A função principal do anabolizante é a reposição da testosterona nos casos em que, por algum motivo patológico, tenha ocorrido um déficit. Atletas, treinadores físicos e mesmo médicos relatam que os anabolizantes aumentam de modo significativo a massa muscular, força e resistência. Apesar dessas afirmações, até o momento não existe nenhum estudo científico que comprove que essas drogas melhorem a capacidade cardiovascular, agilidade, destreza ou performance física.

O uso crônico de esteróides podem provocar sintomas físicos, como tremores, retenção de líquidos, dores nas juntas, calvície, hipertrofia prostática, acne, hipertensão, limitação do crescimento, aumento do colesterol, virilização nas mulheres (crescimento de pelos, engrossamento da voz, hipertrofia do clitóris), ginecomastia no sexo masculino (excessivo desenvolvimento das mamas), dor de cabeça, insônia, problemas de tendões e no ligamento, além de impotência, esterilidade e diminuição da expectativa de vida.

O abuso de anabolizantes pode causar efeitos pscicológicos  significativos: variação de humor(incluindo agressividade e raiva incontrolável), ciúme patológico, ilusões (podendo gerar uma distorção de julgamento em relação a sentimentos de invencibilidade, confiabilidade, distração, confusão mental e esquecimentos), “psicose do halterofilista” (alucinações, delírios de poder, episódios paranoides – relaciona tudo o que esteja acontecendo ao seu redor a sua pessoa -, comportamento motor extravagante e violência incontrolável. Por ser uma droga andrógena, causa agressividade acentuada, tremores e desenvolvimento acelerado dos músculos.

Se o usuário de esteroides cessar o seu uso, pode ser conduzido à depressão e a uma profunda sensação de fraqueza.

Prevenção e tratamento

 Os especialistas afirmam que o melhor modo de combater as drogas é a prevenção. Informação, educação e diálogo são apontados como o melhor caminho para impedir que adolescentes se viciem. Para usuários que ainda não estão viciados, o tratamento recomendado são a psicoterapia e a participação em grupos de apoio. Para combater o vício, além das terapias são usados medicamentos que reduzem os sintomas da abstinência ou que bloqueiam os efeitos das drogas.

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